18 dezembro, 2014

Entrevista com Hebe C. da Boa-Viagem de A. Costa - Autora de: ELAS, AS PIONEIRAS DO BRASIL

Natural de Macatuba (SP), casada, tem um filho e uma neta. Cursos: Biblioteconomia na PUC de Campinas. Licenciaturas, pela USP, em Pedagogia e Ciências Sociais; Direito pela Faculdade de Direito de Guarulhos e Supervisão e Administração Escolar pela Faculdade Nove de Julho. Professora de Educação aposentada, advogada e pintora com premiações no Brasil e no exterior. 
Participou de onze antologias publicadas pela Editora Litteris e Casa do Novo Autor, com contos crônicas e poesias, a saber: Memórias de uma parteira; Reflexões de uma professora numa festa de formatura; Ah! O amor...; A mulher segundo os padrões tradicionais; Reflexões sobre o beijo; Sonhar é preciso; Recordando; Professor: Vale a pena ser?; À Diana no seu quarto aniversário; Ser ou não ser professor, eis a questão; O amor de cada um. 
Em dois concursos de contos, crônicas e poesias da Folha do Servidor Público foi distinguida com o 2° lugar com o conto Na seção, uma piada (1997) e com Menção Honrosa pela crônica Velhice (2000). Publicou o livro infantil Pois é... Cada um na sua!!! Editora Rideel, 1998 e 2002.
Livros publicados pela Editora Scortecci: AH! ESSAS CRIANÇAS...COLETÂNEAMESTRESPOR CONTA PRÓPRIAVIVÊNCIAS.
Mulheres na história do Brasil que se destacaram nas mais variadas atividades contribuindo para resgatar seus direitos. Por meio de suas biografias pode-se acompanhar, embora lentamente,as suas conquistas. Ainda falta muito e a luta continua.
Através de sessenta biografias o livro busca mostrar o papel da mulher nos quinhentos anos de nossa história, as mudanças neles ocorridas e a luta que essas pioneiras tiveram de travar para conseguir alargar o seu espaço nos diversos setores da sociedade. Usos, costumes, religião e até legislação restringiam a sua atuação. De cidadã de sua classe, totalmente à mercê da vontade masculina, até à sua emancipação tivera uma longa e árdua trajetória.
Vale lembrar aqui as palavras de Simone de Bauvoir:
Foi pelo trabalho que a mulher transpôs, em grande parte, a distância que a separava do macho; e só o trabalho pode garantir-lhe um liberdade concreta.


Olá Hebe. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Mulheres, mulheres, mulheres... São 61 biografias de brasileiras, com atividades diversas, que se destacaram ao longo de nossa história apesar da discriminação existente. O livro revela, passo a passo, a luta travada por elas na conquista de seus direitos. Legislação, Igreja, usos e costumes não as favoreciam e as impediam de quebrar esse status quo. Aos 80 anos publiquei essa História do Brasil sob a ótica feminina. A população alvo dele é o grande público. Para quem quiser saber mais, há para cada biografia uma extensa bibliografia.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Ao me aposentar resolvi não fazer nada do que fizera nos últimos 30 anos. Queria exercer novas atividades. Teria o mesmo sucesso? Só experimentando! Revi meus interesses na juventude (eram tantos!) e optei pela pintura. Estudei, participei de exposições, recebi prêmios... Novos desafios: informática e escrever. Hoje tenho 10 livros publicados (a maioria deles na Scortecci e outros no exterior) e participação em mais de 40 antologias.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Não é fácil especialmente para quem espera retorno econômico. É difícil publicar e é bastante dispendioso. Seria um desperdício não divulgar a minha experiência e os conhecimentos que adquiri ao longo da minha vida. Meus textos são simples visando interessar o leitor mais resistente para a saga do gênero. Na maioria das vezes doo meus livros para escolas, bibliotecas e para aqueles que se dispõe a conhecê-los. Volto, assim, a primeira Profissão: educadora.

 Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Resolvi procurar na Internet depois do insucesso em apresentar meu trabalho às editoras tradicionais. Entre outras, optei ela Scortecci. Simultaneamente tomei conhecimento da REBRA e, afortunadamente, decidi conhecê-las e delas participar.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Creio que todos que escrevem um livro esperam que ele seja lido. Há sempre mensagens, pontos de vista, criatividade que merecem ser divulgados. Neste caso lembrei-me de Garcia Marques: "A vida não acaba com a morte e sim com o esquecimento". A luta das brasileiras merece ser conhecida e perpetuada. Infelizmente a memória dos brasileiros não é das melhores. Daí a necessidade de contar e recontar a contribuição delas no alargamento do espaço do gênero num mundo tão cheio de discriminações.

Obrigado pela sua participação.

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