01 junho, 2015

Entrevista com Cecília Prada - Autora de: ENTRE O ITINERÁRIO E O DESEJO

Nascida em Bragança Paulista, é  uma das mais antigas escritoras e jornalistas do país, tendo iniciado sua vida profissional em 1950, no jornal A GAZETA, de São Paulo. Trabalhou em vários jornais e revistas de São Paulo e do Rio e foi a primeira jornalista mulher, e uma das duas únicas até hoje, a receber individualmente e em âmbito nacional o Prêmio ESSO de Reportagem (1980/ Folha de São Paulo). Tem 4 prêmios literários importantes, o primeiro recebido quando tinha 19 anos de idade.Em 1978 recebeu o "Prêmio Revelação de Autor" da APCA pelo livro O CAOS NA SALA DE JANTAR. Tem 13 livros publicados, 6 de ficção e 7 de jornalismo, e seus contos têm sido publicados também em antologias nacionais e estrangeiras, nos Estados Unidos, na Itália, na Suécia e em outros países escandinavos,na Alemanha, na Suíça, e em Portugal.É também dramaturga, com 7 peças escritas e várias encenadas, tendo estreado em 1964 no Judson Poets´Theater de Nova York. Foi também diplomata de carreira, formada pelo Instituto Rio-Branco (Ministério das Relações Exteriores, 1957). Atualmente vive em Campinas (SP), atuando ainda como jornalista e ficcionista. Termina um romance autobiográfico, "SOU MULHER, LOGO, NÃO EXISTO.

Lançado em 2012, é o único livro de textos breves (crônicas, poemas, minicontos, pequenos textos críticos) da ficcionista e jornalista Cecília Prada - textos que foram publicados regularmente , de 2010 a 2013, no site lusófono PNETLiteratura, de Lisboa, e também em alguns blogs do Brasil. Textos de leitura agradável, divertida até, mas que não deixam de funcionar como desafios e pequenos "itinerários" que levarão o leitor às grandes questões de nosso tempo, como as discriminações, as perseguições raciais e de gênero, as injustiças sociais, o grande paradoxo do homem, um ser que a cada dia se encolhe mais na sua trágica insignificância diante do universo mais expandido e complexo.
Todos se agrupam de acordo com o título, saído dos versos de outra Cecilia (Meireles):
 “Tão poucos somos – e tanto causamos,
 com tão longos ecos!
 Nossas viagens têm cargas ocultas, de desconhecidos vínculos.
 Entre o desejo de itinerário, uma lei que nos leva
 age invisível e abriga
 mais que o itinerário e o desejo.”
Segundo o escritor e psicanalista Marco Antônio Araujo Bueno - que publicou simultaneamente esses textos de Cecília Prada no Brasil, em seu blog E-Chaleira:
"Essas crônicas estão eivadas de graça e de um humor de extração complexa, porque remete aos mecanismos da condensação e do deslocamento, sobre os quais Freud debruçou-se. Efeitos de linguagem. A autora é engraçada e a matriz dessas crônicas está na verve de contista dela, – uma velocista. Se nos lembrarmos da Lição sobre a Rapidez do Ítalo Calvino, no entanto, não são os objetos que migram de personagem a outro, de situação a outra, mas sim o nervo ótico da autora que se move, confortavelmente instalada numa fluência segura e esperta, de quem já sabe onde quer chegar - como atestam vários de seus impactantes contos, em outras obras suas, mais conhecidas. Uma técnica que eu chamaria de "Nostalgia do Presente",porque os textos dela são gestaltes que perseveram para um além de resoluções possíveis, desejáveis."



Olá Cecília. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
São crônicas, microcontos e pequenas poesias que vim publicando a partir de 2000 em alguns sites e jornais, principalmente em um portal da língua portuguesa de Lisboa, PNET. LITERATURA, PT., que não mais existe, e em um brasileiro, E-Chaleira. Alvo: o publico geral.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Sou uma das mais antigas escritoras vivas, deste país, porque estreei como contista e jornalista aos 19 anos, em 1950. Tenho 6 livros de ficção publicados e 7 de ensaios e jornalismo (de 1955 a 2013), recebi quatro prêmios literários, 3 deles para o livro CAOS NA SALA DE JANTAR (quando ainda inédito e somente com o pequeno romance com esse título, recebeu o 2º. lugar do Prêmio Governador do Estado de SP em 1962, e o 2º. lugar do Prêmio JOSÉ LINS DO REGO DE FICÇÃO em 1965 (com o título de “AS raízes Predatórias”), e em 1978, após sua edição pela MODERNA, com inclusão de mais 14 contos, recebi eu o Prêmio Revelação de Autor/1978 da APCA.).

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Eu precisaria dispor de pelo menos 10 páginas para responder a essa questão, e tenho feito nos meus artigos um panorama da realidade brasileira, no mundo dos livros. Resumindo: situação desanimadora ou quase, a do escritor, nada que se compare à de países civilizados e livres.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Conheço João Scortecci há mais de 30 anos, foi meu companheiro na UBE. Recebi um convite dele para publicar esse livro, em comemoração ao aniversário de sua editora.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Se eu achasse que ele não merece ser lido....como o teria escrito?

Obrigado pela sua participação.

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