20 abril, 2017

Entrevista com Silvio Alencar - Autor de: O GRANDE MARTELO

Nome literário de Silvio José de Alencar. Formado em Publicidade e Propaganda,  é roteirista de quadrinhos e escritor. Contemplado em editais de Cultura do Estado do Espírito Santo, publicou a graphic novel Contos da Ilha de Santônio e os quadrinhos online Contos Estranhos (contosestranhos.com.br), respectivamente em 2014 e 2016, além de ser autor do livro de contos O Carregamento e outras histórias e roteirista do projeto MPT em quadrinhos do Ministério Público do Trabalho.


Lip e Chip eram dois garotos que viviam em um mundo criado sobre as maravilhas deixadas pelos Antigos. Uma delas era o Grande Martelo. Uma enorme arma nunca antes usada, descoberta pelo grande Rei Dourado, o único que conhecia sua devastadora capacidade destrutiva. Naquela tarde ensolarada e bonita, Lip e Chip iriam lamentar profundamente o fato de o rei nunca ter contado para alguém como a arma funcionava.




Olá Silvio. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
O livro conta a história de dois meninos, Lip e Chip, que vivem em um mundo que esqueceu todo o seu passado e que foi construído sobre as maravilhas dos Antigos. Uma dessas ditas maravilhas é o Grande Martelo. Uma enorme torre que dizem ser uma poderosa arma contra os insetos gigantes que assolam a humanidade. É uma história infanto-juvenil de aventura e de amizade que acho que vai agradar a crianças e adultos.
A ideia me veio durante um curso de roteiro com o cineasta José Roberto Torero em 2001, acho. Um dos exercícios era escrever o roteiro de um curta-metragem. Eu escolhi fazer uma animação. Sempre fui fã de histórias distópicas futuristas. Na época, tinha lido e visto algumas bem legais, como Planeta dos Macacos e alguns contos de Jack Vance e Ray Bradbury. Então, o Grande Martelo me veio à cabeça e eu escrevi suas cenas no computador.
Nunca entreguei o roteiro para o Torero, fiquei com receio de não ser o que ele esperava. Receio bobo, mas tive. Então a história ficou engavetada dentro do meu HD. Quando fiquei sabendo do concurso literário da Afeigraf resolvi participar com aquela história. Então, cacei o arquivo em um hd externo e o usei para escrever o meu livro.
Fiquei muito feliz quando soube que havia vencido o concurso com aquela história escrita há tanto tempo e que tive receio de mostrar para meu professor de roteiro. Então, foi assim que de um roteiro para uma oficina, o Grande Martelo se tornou um livro.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Sempre fui de ler muito e sempre arriscava escrever um conto aqui e outro ali. No Ensino Médio criava histórias em quadrinhos com meus amigos Manoel Moraes e Léo Rangel, e mais tarde conheci o ilustrador Henrique Gonçalves, responsável pela arte de o Grande Martelo, com quem partilho muitos projetos, como a graphic novel Contos da Ilha de Santônio, vencedora do edital de cultura da Secretaria de Cultura do Espírito Santo – Secult, de 2013, e o site de quadrinhos Contos Estranhos (contosestranhos.com.br), também vencedor do edital da Secult, só que de 2015.
Tenho também um livro de contos, o Carregamento e outras histórias, que está à venda na Amazon, e publico alguns contos na rede social de escritores Wattpad. No futuro pretendo publicar um livro de ficção científica e um outro infanto-juvenil. Vamos ver como as coisas vão seguir. Estou muito feliz com a repercussão de o Grande Martelo.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Aí é que está, não acho que a leitura seja pouco valorizada, muito pelo contrário. As pessoas demonstram um grande respeito por quem saca um livro dentro de um ônibus, ou por quem diz ler regularmente um livro. O que acontece é que quem não lê se sente incapaz de tirar prazer de um livro por acreditar que aquilo não é para ele. Na escola, todos somos forçados a ler, muitas vezes livros que nunca atrairiam a atenção de uma criança ou jovem. E isso afasta leitores, não os criam. Por que não dar Harry Potter, ou Percy Jackson, ou os livros do Pedro Bandeira, como a Droga da Obediência, ou os de Ana Maria Machado, como Bisa Bia Bisa Bel, para o aluno? Por que não dar quadrinhos? Sempre falo para quem me pergunta como consigo ler livros como Guerra dos Tronos (livro de quase mil páginas) que leio uma página após a outra, da mesma forma que assisto a um seriado, episódio após episódio, não é cansativo, é prazeroso. A formação de leitores no Brasil é importante para a formação de escritores e para a criação de novas histórias que irão aquecer o mercado literário e narrativo como um todo, pois são dos livros que vêm diversas outras narrativas, como a televisiva e a cinematográfica. A gente peca em não incentivar de forma correta isso. Pais que leem incentivam a leitura nos filhos, e assim vai. Em um mundo em que o entretenimento eletrônico começa cada vez mais cedo, é importante apresentar o livro de forma igual. Sem pressão, ou castigos, mas como algo divertido. É o que acho.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
A Scortecci era parceira da Afeigraf no concurso literário que venci. Foi ela quem editou e diagramou todo o livro. Só tenho a agradecer o trabalho primoroso que resultou na publicação de O Grande Martelo. Principalmente a toda equipe editorial da Scortecci, como a Fernanda de Sá e a Paloma Dalbon, da Pingo de Letra, o selo infanto-juvenil da editora. Espero que haja diversas outras iniciativas do tipo no futuro.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
O Grande Martelo fala de um futuro que se ergueu sobre um passado longínquo, do qual ninguém mais tem memória. Ele faz um alerta a isso na nossa sociedade atual, pois costumamos esquecer com facilidade coisas importantes, que seriam fundamentais para que aprendêssemos a lidar com erros já cometidos. Além disso, é um livro sobre amizade e aventura. Eu realmente espero que meus leitores gostem tanto de Lip e Chip quanto gostei de escrevê-los. Espero que seja uma leitura divertida e prazerosa. Um grande abraço.

Obrigado pela sua participação.

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