23 maio, 2016

Entrevista com Ana Luiza Loyola - Autora de: VOU ESCREVER UMA HISTÓRIA

Ana Luiza Loyola
A autora ministrou aulas de laboratório de redação e criatividade. Escreveu 3 livros, um romance histórico, um suspense e um livro de contos Aposentada por invalidez, atualmente dedica-se a escrever.



O livro apresenta atividades para fortalecer e incentivar a criatividade visando levar a criança a escrever uma história. A primeira parte conta com diversas atividades, exigindo observação, raciocínio, manejo com as palavras, visão analítica, dentro da possibilidade do universo infantil. A segunda parte remete a um roteiro que possibilitará escrever sua própria história, sem cerceamento, deixando-o livre para suas próprias escolhas.
Olá Ana Luiza. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Percebo que a maioria das crianças não gosta de ler. Leem quando são obrigados pela escola. Percebi que o grande mal é que não estão acostumadas a construir na imaginação, aquilo que o escritor evoca em palavras. Veem televisão, e lá está o personagem, em carne e osso, o cenário onde a história se desenrola. Ela não precisou criar nada! Imaginei escrever este livro, onde na primeira parte houvesse várias atividades lúdicas e interessantes, com a finalidade de desenvolver a criatividade e imaginação. Desta forma, a criança vai exercitando imaginar "seu" personagem, o local onde vai acontecer as aventuras, usando sua imaginação. Na segunda parte há cinco passos que orientam (resguardando a total liberdade de criação) a elaboração de uma história de autoria da criança e a sugestão de dedicar sua obra a alguém.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrevo desde os oito anos e comecei com histórias infantis, mais tarde escrevi e dirigi peças de teatro. Por algum tempo escrevi uma coluna no jornal, onde colocava contos, crônicas ou poemas. Publiquei um romance histórico ("O Mistério de Monteségur) sobre os cátaros, a seguir, um suspense (Mortes Misteriosas em Águas Cristalinas" e já na Editora Scortecci publiquei "Mineirices", um livro de contos. Agora escrevi para a criança, mas nada impede que um adulto divirta-se e acaba escrevendo uma obra literária. Quem sabe?

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Triste, muito triste. Não se pode depender da venda de livros para viver. Existem, a meu ver duas grandes e poderosas razões para que isso ocorra: uma é a negligência das escolas em incentivar a leitura e até mesmo adequar os livros "obrigatórios" a serem lidos. A outra, é a própria crise financeira em que vive o país. Uma grande parcela de nosso mercado consumidor fica impossibilitada em ter acesso a livros. Imagine: O pai(renda baixa) vê que o tênis do filho rasgou. Para comprar outro, vai exigir um aperto nas contas da casa. Como comprar livros?

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Pura sorte. Publiquei meus dois primeiros livros em outra editora mas não estava feliz. Agora, na Scortecci sinto-me muito contente por ser tão bem orientada, tanta gentileza e pessoas de um profissionalismo maravilhoso. Agradeço por fazer parte desta família maravilhosa e já estou "gestando o quinto livro. Por enquanto o tema é surpresa!

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Acredito que todo o conhecimento humano evolui a partir do poder da imaginação criativa. Sem ela, seríamos como animais, Toda colmeia é igual, todo cupinzeiro e todos os ninhos só diferem em relação à  espécie de pássaro, fazem sempre igual. Veja o Homem: cabana, edifício, chalés etc. Até pousar na Lua foi necessário usar a imaginação criativa. Para todos os setores ela é importante e a criança que possui uma imaginação criativa irá sair-se bem quando entrar no seu mercado de trabalho, que sabemos, a maioria deles são extremamente competitivos, exigindo o tal "jogo de cintura" que a imaginação criativa fornece. Por isto tudo, acredito que meu livro deva ser entregue na mão de uma criança e deixar que a imaginação dela voe bem alto.

Obrigado pela sua participação.

3 comentários:

  1. Tenho o prazer de desfrutar da profícua verde literária da Ana Luiza há muitos anos. ... Seus livros publicados tem, além de um sólido embasamento histórico, um lindo arcabouço criativo , que traz para o leitor momentos prazerosos .
    Recomendo com empenho!!!

    ResponderExcluir
  2. Leio sempre os livros da escritora Ana Luiza, leitura empolgante que cativa do início ao fim. Viajamos junto com os personagens, torcemos pela mocinha e detestamos os vilões, ficamos tão grudados ao livro que ele acaba muito rápido, dá até uma tristezinha ver chegar o fim da leitura... Que venham os próximos.

    ResponderExcluir
  3. Pois é. Ana Luiza tem uma maneira muito peculiar de escrever.
    No geral, a leitura é fluida, macia, prende mesmo o leitor. Esta estória de leitura que prende o leitor até o final é um lugar comum, elogio (as vezes, até imerecidos e/ou com finalidade publicitária). Não é este o caso.
    Os livros desta escritora são impactantes em dois sentidos: se por um lado a leitura é um deleite (como acima foi dito), equivalente a saborear um macio purê de batatas ou um sorvete, por outro é dura como aço. Tomem como exemplo passagens do livro “ O Segredo de Mont Segur”: certos relatos sobre as guerras na Idade Média são de uma crueza que, se me permitem a brincadeira, chega a ser “falta de educação” ( repito, é brincadeira). Mas a verdade é como se o leitor sentisse o aço da espada cortar a própria carne, ou a dor lacerante no coração da mãe que perde o filho. Estes episódios deviam ser restritos a pessoas maiores de 40 ( quarenta) anos portadoras de atestado médico cardiologista!!!
    Em suma: escritores com esta capacidade nata de transmitir emoções suaves como a brisa das Alterosas ou duras como as preciosas pedras de Diamantina ( vide “Mineirices” da mesma autora ) como faz Dona Ana Luiza é uma raridade em nosso universo literário.

    ResponderExcluir